Até o fim deste mês, 50 servidores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro farão suas tarefas à distância. É que no início de julho foi aprovado um regime especial de trabalho baseado no modelo de coworking. A medida foi apresentada pela corregedora-geral da Justiça, a desembargadora Maria Augusta Vaz.
“Ganha o tribunal ao ter servidores trabalhando mais satisfeitos e menos esgotados pelo cansaço imposto por longos ou demorados deslocamentos. O contato dos servidores com os chefes de serventia e magistrados, assim como o controle de frequência, acontece de forma virtual. Esse modelo permite que as pessoas trabalhem à distância, mas não percam o contato social com colegas de trabalho como acontece no caso de quem trabalha em casa”, afirmou a desembargadora.
A Baixada Fluminense também deu o pontapé inicial rumo a novas práticas e quebra de modelos convencionais de trabalho. Grupos culturais que atuam na região criaram um galpão criativo para abrigar seus projetos em formato de coworking. O galpão está sendo usado para oficinas e reuniões, mas ainda é necessária uma obra para estruturar o espaço.
“Será o primeiro coworking cultural da Baixada Fluminense. Um lugar que vai reunir vários coletivos que trabalham em harmonia”, diz uma das idealizadoras, a jornalista Danielle Francisco.
Outra instituição que adotou um projeto piloto de trabalho à distância é o Banco do Brasil. Só que neste caso foi o home office. De acordo com a assessoria da instituição, no início do projeto, eram nove funcionários ligados à tecnologia. Hoje, já são cem. Os trabalhadores incluídos na iniciativa, segundo o Banco, só podem exercer o trabalho remoto em área certificada pelo Serviço Especializado em Engenharia da Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt).
“Home office pode ser adotado tanto por um profissional autônomo ou microempresário, quanto por um funcionário de uma empresa que, por alguma razão, prefira trabalhar, ou tenha que trabalhar, em sua própria casa. Já o coworking é modelo em que diferentes profissionais independentes, ou empresas – geralmente, mas não necessariamente, do mesmo ramo de negócios – compartilham, por razões econômicas, um mesmo espaço físico e mesmos profissionais que, geralmente, são ligados ao atendimento”, explica o consultor de empresas, Gerardi Pereira, que aproveita para fazer um alerta.
“Em casa, tudo pode acontecer e não é raro as demandas profissionais ficarem de lado por conta das ‘urgências’ domésticas. É preciso ter disciplina e determinação, caso contrário, o desempenho ficará comprometido. Por parte dos empregadores, há barreiras culturais. Muitos ainda associam o bom funcionário àquele que cumpre o horário, chega na hora e, por essa razão, tendem a não confiar em um trabalho prestado fora do ambiente empresarial”, finaliza.
Um estudo realizado pela SAP Consultoria apontou que das organizações que inovaram em regimes de trabalho, 42% têm política estruturada, sendo a maior parte delas existentes a menos de cinco anos. A pesquisa mostrou também que o perfil das empresas que adotam a prática é de origem internacional. Das empresas que não possuem a prática, 83% nunca pensaram na possibilidade de implantação, alegando como principal motivo a cultura empresarial.
Para a professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Juliana Bracks, a implantação do coworking no TJ é um avanço, embora no âmbito jurídico a relação interpessoal seja indispensável em algumas atividades. Já na área de Tecnologia da Informação e da Comunicação, afirma Juliana, a adesão do trabalho à distância tem sido cada vez mais comum.
“Nos contratos, há uma descrição de tudo o que será financiado pela empresa: mobiliário (como mesa e cadeira) e internet de banda larga. A maioria dos contratantes estabelece limites de gastos, tarifando os materiais necessários para equipar o ambiente profissional do funcionário”, explica.
Fonte:
http://www.ofluminense.com.br/pt-br/cidades/qualidade-de-vida-e-redu%C3%A7%C3%A3o-de-custos-no-trabalho-dist%C3%A2ncia
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